Responsáveis de estabelecimentos turísticos, como empreendimentos turísticos, restaurantes e empresas de atividades turísticas que participaram no “Greentour: Economia Circular e Turismo Sustentável em destinos do espaço SUDOE”, receberam ontem, 18 de outubro, o rótulo ambiental do projeto europeu, como resultado da utilização da ferramenta de avaliação de impacte ambiental.
Este foi o evento final de um consórcio europeu que calculou o impacte ambiental do turismo nos cinco destinos turísticos parceiros (Rias Baixas, Guimarães, Camino Lebaniego, Massif du Sancy e Lloret de Mar), através da extrapolação dos dados de consumo de recursos naturais fornecidos pelos diversos estabelecimentos turísticos, aos quais se somou o impacto das deslocações dos turistas ao destino e o tratamento dos resíduos urbanos gerados durante a sua estadia.
Adelina Pinto, Presidente do Laboratório da Paisagem, destacou a importância do trabalho desenvolvido pelo projeto ao longo dos últimos dois anos, “permitindo agora uma melhor análise aos principais factores que influenciam na pegada ecológica associada ao turismo. Agradecemos a todos os agentes locais envolvidos, que têm assim uma ferramenta capaz de otimizar também os seus negócios, nesta ótica da sustentabilidade”. Já Sofia Ferreira, vereadora do ambiente, que encerrou a sessão, lembrou “o caminho de Guimarães nos vários domínios da sustentabilidade, incluindo o setor turístico, que, se estima, trazer anualmente mais de 940 mil pessoas. O uso adequado dos recursos ambientais contribuirá para que Guimarães se torne um destino turístico mais sustentável”, sublinhou.
Em Guimarães, o Laboratório da Paisagem colaborou com 37 estabelecimentos turísticos para a avaliação dos seus impactes ambientais. No âmbito do projeto, também foi dinamizado um ciclo de seminários em gestão ambiental no turismo que visaram capacitar e formar os agentes turísticos para a adoção de práticas sustentáveis nas áreas da energia, água e resíduos. Na vertente da sensibilização ambiental e promoção do turismo sustentável, foram lançados o Mapa Verde e o website Passo Verde, que congregam um conjunto de boas práticas nas áreas da natureza e biodiversidade, recursos hídricos, mobilidade sustentável e iniciativas de economia circular e sinalizam diversos locais distribuídos por áreas verdes, parques de lazer, percursos pedestres e atividades na natureza dando a conhecer ao turista o que de melhor há para visitar em Guimarães.
Recorde-se que os resultados do estudo realizado no âmbito do Greentour foram apresentados no congresso final do projeto, que se realizou no dia 21 de abril, em Lloret de Mar, Espanha. A principal conclusão revela que o transporte é o maior responsável pelo impacte ambiental associado ao setor turístico, em todos os destinos analisados. Aqueles destinos cujos turistas usam principalmente o avião como meio de transporte têm um impacto global muito maior ao nível da pegada de carbono.
Anualmente, cada turista que visita Guimarães tem uma pegada ambiental associada de 323 kg CO2 eq., sendo que a utilização do avião é o principal fator para o elevado peso do transporte (96%). A extrapolação, feita por investigadoras da Universidade de Aveiro, dá ainda conta do elevado contributo do consumo de energia e de alimentos nos estabelecimentos turísticos para os impactes ambientais.
O projeto europeu “Greentour: Economia Circular e Turismo Sustentável nos destinos do espaço SUDOE”, iniciado em 2020, visou melhorar os métodos de gestão do património natural e cultural através da implementação de redes e experimentação conjunta, desenvolvendo metodologias e ações para promover a economia circular no setor do turismo.