Das alterações climáticas, à perda de biodiversidade, são cada vez maiores os desafios que as cidades europeias enfrentam.
A economia circular –crescentemente reconhecida como uma excelente oportunidade para enfrentar estes tipos de desafios – destaca-se pelo facto de possuir a capacidade de desbloquear benefícios que ajudam cidades e países a tornarem-se locais mais saudáveis para se viver. A pensar nas necessidades atuais, foi recentemente divulgado o relatório internacional sobre as práticas de economia circular das cidades europeias subscritoras da Declaração das Cidades Circulares e Guimarães posiciona-se como uma das cidades em destaque no documento.
O município, à semelhança de outras 40 cidades na Europa, apresentou um relatório que compilou as atividades-chave que foram desenvolvidas para apoiar a cidade na transição de uma economia linear para uma economia circular. Um dos destaques é a Estratégia de Economia Circular – denominada de RRRCICLO –, que inclui medidas para promover a circularidade e a gestão de resíduos urbanos, contando ainda com um plano de comunicação e educação ambiental que visa sensibilizar para a importância da transição para uma economia circular e para a diminuição da produção de resíduos. O Ecossistema de Governança “Guimarães 2030” que integra os setores público e privado, as empresas vimaranenses, a academia e os cidadãos também é alvo de destaque como um instrumento que contribui para o comprometimento da sociedade na missão de alcançar a neutralidade climática até 2030.
Guimarães aposta em custos de resíduos por um preço mais justo
A estratégia de biorresíduos de Guimarães – que consiste na recolha de resíduos orgânicos, e iniciativas de compostagem comunitária e doméstica – é outra das ações-chave da cidade. O plano apresentado prevê uma melhoria contínua no que toca à redução de resíduos, assim como à sua valorização local. O documento destaca, ainda, Guimarães como a primeira cidade a nível nacional, desde 2016, a implementar o sistema PAYT – pague apenas pelo resíduo que produz.
Finalmente, também a ambição do município em eliminar o uso de plástico foi destacada na Declaração das Cidades Circulares. Neste ponto, refira-se que Guimarães tem apostado em estratégias para impedir a entrada de plástico em esferas públicas, incluindo nos mercados locais, e uma das iniciativas passa por oferecer, gratuitamente, sacos reutilizáveis aos cidadãos. O “Aqualastic”, desenvolvido pelo Laboratório da Paisagem, foi um dos projetos criados para consciencializar os habitantes para as formas de reduzir e prevenir a poluição de plástico, nomeadamente nas linhas de água urbanas, integrando a investigação e a educação ambiental. Já do lado da sensibilização e do trabalho de proximidade, a publicação destaca o projeto desenvolvido pelo Laboratório da Paisagem, juntamente com a Freguesia de Urgezes, na criação de um espaço para a reparação e valorização, como forma de contribuir para a promoção da economia circular.