O Plano de Ação Local para a Biodiversidade de Guimarães 2030 constitui-se como um instrumento central de diagnóstico e monitorização ambiental do concelho.

Mais do que identificar os principais desafios, o documento reforça a relevância da ciência e da investigação na definição de políticas públicas e aponta um conjunto de medidas ambiciosas para a proteção e promoção dos ecossistemas, da fauna e da flora – um património natural de grande valor para Guimarães.

O plano evidencia a importância do trabalho colaborativo entre as instituições do concelho e sublinha a necessidade de envolvimento da comunidade, através de escolas, juntas de freguesia e Brigadas Verdes, para alcançar as metas estabelecidas.

Entre as medidas em curso destaca-se um programa de monitorização das mais de 1.300 espécies de fauna e flora identificadas no território, distribuídas por 102 estações de observação. Das 609 espécies de fauna, 37 apresentam estatuto de ameaça. No que respeita à flora, foram registadas cerca de 724 espécies, quatro das quais também em risco, enquanto várias estão incluídas na Diretiva Habitats e 12 são endemismos ibéricos.

O documento prevê ainda a utilização do Índice de Biodiversidade Urbana (CBI) como ferramenta de avaliação. Implementado em 2023, este índice mede o desempenho do concelho em áreas como biodiversidade nativa, serviços dos ecossistemas e gestão da natureza, funcionando como ponto de referência para acompanhar a evolução futura. Entre as iniciativas contempladas estão ações de proteção de polinizadores e projetos de reflorestação, fundamentais para enfrentar os efeitos das alterações climáticas.

A participação da comunidade foi uma dimensão-chave no desenvolvimento do PABG2030. Mais de 800 cidadãos contribuíram em iniciativas de recolha de dados e discussão pública, reforçando o caráter participativo do documento e colocando os vimaranenses no centro da transição climática.